quarta-feira, 15 de julho de 2009

Criados Celestiais e Malcriados Infernais - A polêmica da gênese celestial

Bem e mal, bem ou mal. Passei o dia a refletir acerca do conteúdo significativo destas palavras e no relacionamento das mesmas com outras tantas palavras de nossa maravilhosa língua portuguesa. Já a algum tempo um pensamento me incomoda e cada vez mais se acomoda em minha mente, não questiono aqui o pensamento ateísta e sim o religioso, porém não me declaro ateu e sim um buscador da verdade e profundo respeitador da religião em seu sentido latino do religare - religar o homem a Deus.
Enfim, Deus como grande pai onipresente, onipotente e absoluto criou tudo. Nisso inclui-se os homens, animais, plantas, o universo, as galáxias, os planetas, o bem, mal, as trevas, a luz, o céu e o inferno. Pois, ele é Deus o grande e único criador, visto que se dissermos que Deus apenas criou o bem, abrimos margem para a exitência de outros deuses, o que não é partícipe de nossa criação ocidentalista, já que só s orientais cultuam vários deuses.


Yin eYang - "Existem sombras na luz e luzes nas sombras."


Entendemos aqui que Deus criou tanto a luz quanto as trevas, pois a dualidade dá vida a estas duas substâncias universais, já que uma não poderá existir sem a outra, pois disto dependeria o próprio equílibrio universal. Como dizer que a luz existe sem contrapô-la as trevas? E como dizer o mesmo das trevas? Um cego poderia até nascer e se desenvolver aprendendo que as trevas em que vive se chamam "Luz", isso não seria a coisa-em-si é claro, sendo somente o nome de uma coisa qualquer, mas não a sua essencialidade, não alcançaria o âmago da coisa.


Usamos palavras para estabelecer um critério de comunicação, mas estas palavras se divergem nas mais diversas línguas. Saudade é uma palavra genuínamente brasileira ou seria um setimento genuínamente brasileiro? Em cada país uma forma de agir, uma maneira de pensar e um jeitinho de sentir. Olhamos para outros seres humanos, de outros países, com cultura diversificada da nossa e muitas vezes nos revoltamos com suas caracerísticas culturais, sendo que muitas vezes não entendemos nem mesmo a nossa própria cultura. Revoltados gritamos salvem os cãezinhos dos abate nos frigoríficos chineses e os Indianos gritam para o mundo salvem a grande deusa vaca do apetite voraz dos infiéis.


Toda grande religião se guiou por mentes humanas. Mentes egóicas que muitas vezes deturparam um ensinamento para beneficiarem a si mesmas. Crescemos acreditando e idolotrando essas falsas imagens, esses fariseus como nos diz a Bíblia e eles por sua vez nos dizem que o erro está em idolatar estatúas de pedra, sendo que essas estatúas de pedra te fazem relembrar de Deus e de teu caminho a todo instante, elas nos ajudam a buscar o bem para nós mesmos seja pela oração ou por qualquer outro caminho que a religião de cada um o permita trilhar. Cada religião tem muito a contribuir, assim como a ciência, a arte, a filosofia e etc. Devemos apenas nos amparar pelos príncipios que cada uma delas carrega e não nos entregar á imposição de um membro supostamente superior da mesma.

O bem e o mal também são uma criação de Deus, por um lado abençoa nossos acertos e por outro castiga nossos erros. E seus servos (anjos e demônios) cumprem seu papel da forma que lhes é ordenada. Por exemplo: Um seguidor fervoroso dos ditames divinos se vê em grandes apuros, cercado por marginais, Deus lhe manda um anjo protetor, porém para os bandidos esse anjo assume a forma de um demônio para afugentá-los para bem longe desse servo de Deus. Nas passagens de Jó, na bíblia, Satanás pede permissão para Deus para infligir a Jó, testá-lo, castigá-lo, tentando provar a Deus que sem coforto e sem saúde Jó não lhe seria mais fiel. Provando que o diabo não só teme a Deus como somente age sobre suas ordens.





Alguém me disse um dia que Lucífer era imperdoável aos olhos de Deus. Que absurdo! Que grande asneira! Já que Deus é o único verdadeiramente capaz de perdoar a todo e qualquer pecado de seus filhos, porque não perdoaria a Lucífer, aquele que foi o anjo mais querido e amado do pai. Se Lucífer verdadeiramente se arrependesse cessaria de existir o amor de Deus? Deus renegaria seus próprios ensinamentos? A troco de que? A dualidade é necessária já que compreender o mundo é eminetemente necessário para que o homem possa dar o passo seguinte, ir para além das dualidades, para além do bem e do mal.

Se um bandido, que é um cara mau, mata uma pessoa ficamos profundamente revoltados, mas se um mocinho mata um marginal, ele é herói. Foi assim com os americanos no Kwait, no Afeganistão, é assim nos filmes de cowboy. Para os americanos eles mesmos são grandes heróis e para o resto da humanidade assassinos sem coração. E o assassino é herói ou bandido? É bom ou é mal? Para o bandido ele é o mocinho, e o bandido é o outro e para o mocinho ele é o herói e outro é o bandido. Cada um vê a sua maneira e nós queremos sempre julgar, porém apontamos o cisco no olho dos demais e esquecemos de tirar a trave de nossos próprios olhos.

Portanto, existem dois exércitos, o das trevas e o da luz, e ambos seguem as emanações da divindade. Cada um tem uma função ou missão, como prefiram chamar e quem estabelece os critérios de tudo é Deus e cabe a todos nós encotrarmos o fio da meada, nos despirmos de nossos próprios pré-conceitos e lutarmos para alcançar a verdade.

Todos juntos, as igrejas como órgãos conclamadores da paz devem dar o exemplo e pregar o amor ao próximo e não o ódio às demais religiões, devem auxiliar o homem na compreensão do amor de Deus e não amordaçá-lo, confundí-lo e amaldiçoá-lo, pois esse não é o papel da religião ou instituição religiosa, pois o seu papel é ensinar, encaminhar, abrir os olhos e amar acima de tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário